14 agosto, 2007

FORTINHO

Na minha infância e parte da adolescência, anos 70 e 80, havia uns termos que me soavam estranhos. Não que eu fosse politicamente correto (naquela época nem existia tal coisa), até hoje não sou muito e acho isso meio enfadonho; mas havia uns preconceitos travestidos de gentilezas que normalmente eram ditos:
- É UM PRETO DE ALMA BRANCA;
- É POBRE MAS É LIMPINHA;
E os que mais me irritavam, por motivos óbvios, eram : "ELE TÁ FORTE" , ou "É AQUELE FORTINHO ALI".....É pra matar de raiva. Chama logo de GORDO! Forte é o RAMBO, o ARNOLD SCHWARZENEGGER e o diabo a quatro!
Fora do contexto, outro que perdura até hoje, principalmente na casa da minha mãe, é "TEM QUE COMPRAR REMÉDIO PRA RATO". O rato está doente? Tem receita? Já tentou homeopatia? É VE-NE-NO! Qual o problema de falar veneno? Eita tempinho comédia.
( Agora que aprendi o negrito estou impossível!)

3 comentários:

Unknown disse...

Comigo o adjetivo era o oposto, mas eu me sentia do mesmo jeito. Eu era muito magrinha até os 14 anos, e minha mãe achava que eu tinha algum problema. Mas ela me levava a médicos diferentes e eles diziam a mesma coisa: "Ela não tem nada!". Mas minha mãe não se conformava, principalmente quando os amigos diziam que eu era magrinha, ela ficava pra morrer...
... hoje eu queria ouvir aquele adjetivo novamente!!!

Kath disse...

Eu não poderia concordar mais, tanto no que se refere ao preconceito disfarçado (odeio ouvir coisas do tipo 'eu não tenho preconceito, minha empregada é preta'), quanto no remédio para rato. Até porque vejo uns ratos correndo que deveriam até dar palestras sobre qualidade de vida.

Anônimo disse...

Bem, para mim a melhor frase foi:
"É pobre mas é limpinha" rsrs

Naum sei pq, mas gostaria de informar que na minha casa nunca falta "leite de rosas" para passar no suvaco!