28 agosto, 2007

Greve

Não estou em greve.
É um breve, ou longo, retiro.
"...Metade de mim é amor e a outra metade, também."

19 agosto, 2007

ENTRE A CRUZ E A ESPADA - III (FINAL)

Com os estudos já concluídos , Pedro estava apto a tentar a vaga na Academia Militar. A Cavalaria era a sua meta e , naqueles anos, o Exército precisava de voluntários. Algo de diferene estava acontecendo no interior da Bahia; um monarquista fanático planejava derrubar a República, ouvia-se na capital. Passando pelos exames iniciais, o jovem capixaba destacou-se nas entrevistas individuais. Cara-a-cara com os mais austeros oficiais, manteve-se firme e seguro em suas respostas; demonstrou largo conhecimento em História Geral e Brasileira, por conta do antigo mascate e do auxílio de Firmino, que lhe contou de tudo que vira e ouvira sobre a Guerra do Paraguai e tantos outros episódios recentes. As habilidades físicas e a destreza na equitação, ainda que tosca, garantiram-lhe, por fim, a condição de Cadete.
Dois anos depois Pedro era Alferes de Cavalaria! Com as suas botas de um preto espelhado, suas esporas prateadas, comandava orgulhoso o Primeiro Pelotão de Reconhecimento. Sobre o dorso do castanho IDEALISTA, era só orgulho e saudades da família, que há anos não via nem tinha notícias. Sabia, entretanto, que três tropas haviam sido derrotadas na tal Canudos, uma fortaleza de revoltosos comandados por Conselheiro. Pedro estava relacionado para a quarta investida contra Canudos. O número de mortos beirava os dez mil, diziam, mas finalmente entrarei em combate, pensava o jovem oficial.
Sem que seus superiores pudessem compreender, o veterano Sargento Firmino foi voluntário para Canudos e ele estaria no ataque derradeiro; na verdade aquela incumbência lhe foi dada por sua mãe, Maria.
Poucos meses após a partida de Pedro, Vó Maria morreu. Com um semblante sereno, partiu para um outro plano, como se soubesse que ainda tinha uma missão a cumprir. Nos últimos dias ela revelou ao seu caçula que andava recebendo visitas do finado Chico; dizia ainda que eles tinham que preparar o terreno para uma semeadura muito importante.
Derrotados pelos impostos da República, Antônio e Neuci partiram para uma nova empreitada. Rumores davam conta de que , no interior da Bahia, o Bom Jesus acolhia ex-escravos, pobres, desgarrados e os arruinados pela seca ou pela nova política. Lá viviam em comunidade, ajudando uns aos outros. O Professor Antônio Maciel, ou Antônio Conselheiro, era o líder de uma nova sociedade de iguais, que não aceitava o modo de vida republicano, principalmente no que se referia aos impostos. Com seu manto surrado, barbas e cabelos longos, de cajado em punho, Conselheiro era uma figura quase bíblica para aquele povo e, em verdade, não oferecia perigo ou risco; porém , da Bahia ao Rio de Janeiro a notícia ganhou vulto e o mito virou monstro.
Primeiro foi-se FERRADURA, dias depois, ZAZÁ. Sucumbiram à seca e à longa jornada. Talvez a idade e a sobrecarga de trabalho, naqueles últimos anos, tenham abreviado as partidas dos companheiros e confidentes do menino Pedro. Dos pais do tenente, e eles nem sabiam que o filho havia conseguido seu intento, nunca mais se teve notícias.
No cerco final a Canudos estavam tropas de dezessete estados brasileiros. Voluntário para tudo e com habilidades ímpares, o Tenente Pedro partiu para o reconhecimento noturno. Ao seu lado estavam o experiente Sargento Firmino e o leal Soldado Heitor. Cabia-lhes aproximarem-se ao máximo da fortaleza inimiga e alimentar de dados o escalão superior. O dias seguintes seriam decisivos, mas aquela madrugada seria a mais longa de todas.
Em noite sem luar, os últimos metros antes da muralha foram aterrorizantes. Corpos semi-sepulcros e outros tantos empilhados, por enterrar, nem de longe mostravam perigosos rebeldes ou soldados inimigos. Eram velhos , mulheres, crianças e matutos de todo tipo, figuras que Pedro passara toda a vida convivendo; gente comum, gente de bem, pensava . Por uma fenda dos muros viram pessoas simples e muito assustadas; facões , alguns poucos bacamartes e trabucos armavam homens e mulheres maltrapilhos. Um velho homem de voz rouca , de cajado nas mãos, fazia uma oração. Como que de comum acordo, os três militares se viram em lágimas. Aturdidos com a cena a que assistiam, sentiram até vergonha de participar daquele combate. Ao Tenente cabia decidir. Pela última vez nessa vida entre a cruz e a espada, lembrou-se das palavras de fé cristã de Vó Maria, dos seus ideais de soldado, dos ensinamentos de Cervantes e, por fim, recorreu à sua consciência.
- Vou desertar, não vou participar disso! Não vou sujar minhas mãos com sangue dessa gente humilde, o sangue da minha gente. Firmino! Heitor! Podem retornar para o acampamento e digam o que quizerem ao Comando.
- Vamos acompanhá-lo até o fim, tenente. Estamos sob suas ordens!
Em desenfreado galope, romperam a madrugada sertão a dentro. Sem saber dos dias ou das horas, sem destino, viram-se perdidos na caatinga. Heitor delirava de fome , sede e calor, recitando rezas do interior das Minas Gerais. Firmino pouco falava e se mantinha vigilante aos passos de Pedro. O tenente, ainda que perdido nos caminhos dos sertões, seguia firme na sua razão e na sua fé.
As primeiras baixas foram os cavalos. IDEALISTA foi o último a sucumbir, seu esqueleto iria se juntar a outros crânios naquele solo seco e sem vida. Em oração , Pedro despediu-se do leal companheiro de glórias e de longas cavalgadas. Seguiram caminhando e , em silêncio, Firmino ficou pelo caminho; mais adiante foi Heitor que pereceu. Não havia como perceber nada, não era posível nem mesmo pensar. A fome e a sede abalaram a mente de Pedro, enquanto o sol rasgava-lhe as entranhas como espadas incandescentes a lhe perfurar o corpo e a alma, mas ele continuava a caminhar.
Eram doze horas do quinto dia de suplício e o calor nunca havia sido tão forte. Como que por milagre, Pedro sentia-se, agora, revigorado. Seu corpo já não doía tanto, o sol apenas acariciava sua pele e a sede já não lhe incomodava, assim como a fome. Viu-se , finalmente, sozinho e soube que seu tio e o soldado Heitor já descansavam em paz...continuou caminhando. Um pouco a frente viu uma casa simples, de janelas azuis e paredes brancas. Estou salvo, pensou. No pasto ralo estavam FERRADURA e ZAZÁ. Pedro correu para os velhos amigos de infância e aos prantos, enquanto afagava os animais, viu três figuras na varanda. Chegou a sentir o cheiro do bolo de milho...era Vó Maria. Pedro correu apara abraçar a avó , mas não conseguiu; ajoelhou-se aos seus pés e não conseguia parar de chorar. Ao lado de Maria estava um jovem Soldado das Volantes Pernambucanas e, do outro , Firmino.
- Que lugar é este, vó? Quem é esse soldado?
- Aqui é o outro lado da vida, meu neto. Este aqui é seu avô Francisco, o vô Chico, que não te viu nascer.
- Como é possível?!
- Entra e repousa. Cuidaremos das tuas feridas. Você fez a escolha certa, mas temos uma última missão no plano terreno, uma missão de sofrimento e fé.
- Não entendo.....
- Pedro, voltaremos a nos encontrar em outra vida e não lembraremos disto aqui. Estaremos em um país distante, daqui a alguns anos; eu serei Emília, sua mãe. Chico será seu pai, para compensar a ausência de agora. Firmino, que te guardou em segurança, será seu irmão Edmund.
- Eu começo a entender , mas é difícil...
- Viveremos os horrores da guerra e das doenças, ficaremos frente-a-frente com a besta-humana, mas você seguirá firme na fé. Arrastará multidões e nunca tocará em armas. A cruz será teu escudo e a caridade a sua razão de viver. Teu nome será Karol, Karol Józef Wojtyla, e ficará escrito para sempre nos corações dos homens e mulheres de bem.






O PIRATA DO MATO ALTO

Há um sujeito muito especial para mim. É um amigo daqueles que a gente vê muito pouco, mas que também causa uma alegria muito grande quando vejo a sua bandana ,estilo pirata, no meio de um monte de Harleyros fantasiados de "caras maus', só aos sábados. Esse sujeito pertence a um pequeno grupo de três ou quatro que confio, respeito e sou fã de carteirinha ( não de estudante).
Uma vez, babando ao ver sua relação com o filho mais velho, peruntei-lhe qual era o segredo para ser um ótimo pai como ele. Sereno e firme, como sempre, ele respondeu..." O segredo é ter ótimos filhos!"

15 agosto, 2007

EXTRA! EXTRA! JÁ NAS BANCAS!!!!!

JÁ NAS BANCAS...ENTRE A CRUZ E A ESPADA - II..é só descer um pouquinho para o dia 13
O romance mais piegas dos últimos 21 anos!
Antes da terceira parte , convém lembrar que a idéia inicial nasceu em 1986, quando eu tinha 15 anos. Ela continha cerca de 30 linhas e refletia a minha realidade , meus sonhos e religiosidade ( ou espiritualidade) daquela época.
Sejam tolerantes!

14 agosto, 2007

FORTINHO

Na minha infância e parte da adolescência, anos 70 e 80, havia uns termos que me soavam estranhos. Não que eu fosse politicamente correto (naquela época nem existia tal coisa), até hoje não sou muito e acho isso meio enfadonho; mas havia uns preconceitos travestidos de gentilezas que normalmente eram ditos:
- É UM PRETO DE ALMA BRANCA;
- É POBRE MAS É LIMPINHA;
E os que mais me irritavam, por motivos óbvios, eram : "ELE TÁ FORTE" , ou "É AQUELE FORTINHO ALI".....É pra matar de raiva. Chama logo de GORDO! Forte é o RAMBO, o ARNOLD SCHWARZENEGGER e o diabo a quatro!
Fora do contexto, outro que perdura até hoje, principalmente na casa da minha mãe, é "TEM QUE COMPRAR REMÉDIO PRA RATO". O rato está doente? Tem receita? Já tentou homeopatia? É VE-NE-NO! Qual o problema de falar veneno? Eita tempinho comédia.
( Agora que aprendi o negrito estou impossível!)

MEU INFERNO BRASILEIRO

Estou numa fase curiosa,vivendo o meu "INFERNO BRASILEIRO' particular.
Qando tenho tempo, não tenho saco.
Quando tenho saco, não tenho tempo.
Quando tenho os dois, estou duro ou está chovendo!

13 agosto, 2007

ENTRE A CRUZ E A ESPADA - II

Vó Maria era a que mais sentia a partida do neto. Junto com seus filhos Antônio, pai de Pedro,e Firmino, há muito havia fugido do Sertão Pernambucano. Aqueles eram tempos cruéis, viu nascer o Cangaço e, pelas mãos do primeiro cangaceiro que se tem notícia, perdeu seu marido: Chico. Jesuíno Brilhante não perdoava, na faca ou na bala pegava soldado de tocaia. Chico era como o neto que nem imaginou conhecer, valente e sonhador; não pensou duas vezes ao ser voluntário para a Volante que partiria na captura de Jesuíno. O bandoleiro fugui ,mas levou consigo a alma do pobre Chico. Maria, viúva , com dois filhos para criar, debandou-se para os lados do Espírito Santo, pois via com bons olhos, e muita fé, aquela "terra com nome de santo", como dizia.

Contrariada viu o seu filho mais velho se alistar. Firmino , que havia ido tentar a vida na capital, no Rio de Janeiro, integrou o 34º Corpo de Voluntários da Pátria e foi para o sul...era a Guerra do Paraguai já no seu final! Aliviada com a notícia da volta do primogénito com vida, Maria empenhou-se em manter o caçula na lavoura e distante das armas. Antônio assim o fez, casou-se com Neuci e teve um filho, Pedro.

Enquanto isso Firmino mantinha-se no Rio. Agora já enganjado ao Exército por conta de um ato de bravura que se deu quando rompeu, sozinho, as linhas inimigas como mensageiro, em Lomas Valentinas. Seu comandante era o Coronel Hermes Ernesto da Fonseca, e o seu destemor na missão que lhe foi confiada salvou a vida de centenas de brasileiros, rendendo-lhe, ainda, as divisas de Sargento . Até então , por obra do destino, Firmino era ordenança e 'homem de confiança" do Marechal Deodoro da Fonseca, primeiro Presidente da recém-proclamada República e irmão mais novo do Coronel Hermes, aquele que comandara Firmino no Paraguai.

No Rio as coisas mudaram muito, Deodoro renunciou ante à Revolta da Armada e outro presidente assumira a sua cadeira como pacificador dos ânimos. Firmino perdeu o "padrinho", mas não o posto ou a função, continuaria na raia-miúda dos bastidores do poder. "Melhor ser o Rabo do Leão do que a Cabeça do Porco" , dizia o velho soldado. Agora, porém, Firmino tinha outra missão: sua mãe , Maria, o fizera jurar que iria velar a todo custo pela vida de Pedro. Ele acatou a matriarca.

Pedro era só sonhos e saudades, principalmente da Vó Maria e dos companheiros FERRADURA e ZAZÁ. A avó sempre insistiu para que seguisse a vida religiosa, dizia que era seu destino e que não havia como fugir daquilo; ela via no rapaz um coração puro e caridoso. Padre Paulo até chegou a indicá-lo para um mosteiro ; Pedro se animou, muito até, mas aquela visita do tio Firmino foi decisiva!

Por conta de guerras e revoltas, a carreira militar já não atraía tanto os jovens de classe alta. As glórias cobravam seu preço em sangue e a moda era mandar os filhos para a Europa; estudar medicina ou engenharia na França tornou-se o sonho dos mais abastados. O caminho estava livre para Pedro.

RAY

O velho Ray seguia em paz, na verdade não era velho pela idade;perto dos quarenta achava que já tinha visto e vivido de tudo um pouco. Enganar-se e surpreender-se eram os seus passa-tempos favoritos.
Na esquiva das armadilhas da vida e vigilante nos desvios das estradas, seguia com os pés fincados no chão. Em outros tempos já se machucara com aventuras e devaneios tolos,como se pudesse se enganar e enganar ao próprio tempo. Aprendeu a lição! Será?
Sem que se desse conta, criou um perfil ideal daquela que poderia fazê-lo tremer; daquela que com um só olhar perfuraria a sua armadura como uma espada de fogo a lhe rasgar o peito. O doce veneno daquela que fere era o que Ray mais queria...o poder lhe falar , tocar-lhe a pele e provar do seu perfume. O tempo o havia ensinado a falar, a não enterrar palavras nunca ditas e assim ele o fez.
Mais uma queda, mas desta vez diferente. Resignado como um monge, Ray alimenta-se de fé, como humano alimenta-se de esperança e, como homem, alimenta-se de paixão.

12 agosto, 2007

COISA SÉRIA ( MAS NEM TANTO)

O problema de escrever coisa séria, ou não cômica, é este. Ninguém comenta nada. O culpado sou eu que passo o dia todo pensando , falando e escrevendo besteiras. Meus amigos estão certos; dos sertões, Guimarães Rosa já disse tudo!
Guardadas as gigantescas proporções, sinto-me como Didi Mocó fazendo um drama; é como comprar ingresso pro show do Roberto e , chegando lá, quem vai cantar é o Erasmo! É ridículo, mas eu avisei...sou chato, idealista e sonhador! Não vou desistir; aliás, ENTRE A CRUZ E A ESPADA está na minha cabeça imunda desde 1986..21 anos mofando! Ainda que fique pior do que já está, ao menos desocupará lugar nesta mente confusa.

11 agosto, 2007

ENTRE A CRUZ E A ESPADA - I

Lá pelos lados de 1890, Pedro era um garoto comum, quase rapaz, e sua vontade de estudar e conhercer das coisas não combinavam muito com o interior do Espírito Santo. Os pais , sempre na labuta da lavoura, não queriam que o único filho ali também encerrasse seus dias. O que lhe cabia nas tarefas , além de um pouco de leitura (trocada pelo pai ao preço de quatro galinhas com um mascate), era a lida com os animais. Destes , o pequeno burrico ZAZÁ e o pangaré FERRADURA eram os que mais agradavam ao garoto. Claro, serviam-lhe de montaria nas batalhas imaginárias iguais àquelas que estavam em um dos livros. FERRADURA tornava-se um fervoroso tordilho Andaluz, enquanto ZAZÁ continuava um burrico, mas em seu lombo estava Sancho Pança a escudar o grande Pedro De La Mancha!

É bem verdade que para ser alguém naquela época, para quem não dispunha de dinheiro ou boa orientação, os caminhos se resumiam ao sacerdócio ou às armas. A missa aos domingos e os ensinamento da Vó Maria eram como semente em boa terra, deram bons frutos de Fé Cristã no coração do rapaz, mas o tal Quixote não lhe saía da cabeça ,seu sangue fervia de emoção com os contos de cavalaria que Cervantes lhe apresentava naquelas já amareladas páginas.

Dois anos mais tarde seu tio Firmino, praça de longa data, e agora Sargento de Infantaria por conta de um ato de bravura, faz uma visita. Pronto! Sem que se desse conta a tal visita iria selar o destino de Pedro. O velho Firmino não tinha um só minuto de paz, era o tempo todo a contar histórias e estórias sobre tudo de diferente e emocionante que a vida na caserna lhe mostrara nos últimos anos. O Rio, o Rio de Janeiro era o assunto preferido de Pedro; tudo grandioso, moderno, e o tio ainda falava das tropas montadas que sempre se via por lá. Havia ainda uma Escola Militar onde eram formados os comandantes daqueles cavaleiros- Os Oficiais de Cavalaria ,para filhos de boa família, explicou Firmino. Literalmente entre a cruz e a espada, Pedro estava decidido: Partimos em dois dias para o Rio! Lá vou estudar e aqui só retorno com o meu uniforme de botas reluzentes com esporas prateadas e galões dourados por sobre os ombros, pensou o Pedro!
Dois dias depois, com um punhado de roupas, seus livros e as últimas economias da família, partiram Firmino e Pedro...o primeiro cheio de esperanças; o outro, de sonhos.

(RIDÍCULA) RÚCULA 2

É ela novamente, é a rúcula!
Kath foi muito feliz ao dizer que parecia nome de doença, mas quero propor soluções e não somente apresentar problemas. Então vejamos, proponho um triangulação: O FÊMUR passaria a se chamar RÚCULA, ligada à TÍBIA ,pela RÓTULA, perto da FÍBOLA e da família da ESCÁPULA, do ÚMERO e do CÚBITO , etc. 1/3 do problema resolvido!
A RÚCULA chamar-se-ia ALCE, da turma do ALFACE e da ACELGA...e o ALCE, por sua vez, seria chamado de FÊMUR...muito bom inclusive para os canadenses exercitarem o seu Francês.
Não sei o que é pior: aquilo que escrevo bêbado ou as palavras do dia seguinte!

10 agosto, 2007

RÚCULA 1

Não paro de pensar no raio da rúcula...vai sair besteira!

09 agosto, 2007

PLANOS (DE UM MONOGLOTA)


Lendo "Perdón, señora? ' e relendo "PLANOS", pensei na presente infâmia:

(Kath, perdão)

Vou fazer um curso de inglês. Desses que duram seis meses, com apostilas, fitas K-7, DVDs e aulas aos sábados, o dia todo; não vou faltar a uma aula sequer, para quando eu apontar na esquina do curso já falar inglês até com o flanelinha; para todos pensarem que sou um turista americano .

Vou sim. Vou é para os EUA depois do curso. O problema não é o visto, afinal isso é fácil, funcionário público, 18 anos de serviço, residência fixa, casado, dois filhos,estabilizado na vida; a parada é acreditar naquele tal cursinho, porque eu não tenho tempo nem saco para oito anos de BRASAS, CULTURA,CCAA, my name is book e coisa e tal. O negócio é método moderno, sair falando na primeira aula. Porque o dia que eu tiver meu diplominha, eu vou sumir. Vou pegar meu Atlas Geográfico de capa verde ,tão velho que a América do Sul ainda era colada na África, e marcar com um X vermelho todos os países por onde quero passar. Ah, vai ser fera! Vou viver de mala na mão , em portos e aeroportos, de sapatos marrons ,meias Nike brancas e bermudas, como só os gringos usam; sempre com um surrado boné azul com U.S. ARMY em garrafais letras amarelas, que só de olhar as pessoas vão achar que lutei no Vietnã; sem falar no sotaque novayorquino que o folheto do curso prometeu! Aí, pronto, viro uma lenda idiomática. Pulando de país em em país, sem que ninguém desconfie da minha origem, fazendo fichas em hotéis, escrevendo poemas com um inglês da Rainha, salvando turistas brasileiros que não conseguem se comunicar,dando aulas e palestras para imigrantes ilegais.

E como apareci, vou sumir, sem deixar comprovantes de residência. A única evidência que passei por lá, além dos sorrisos dos garçons e camareiras pelas régias gorjetas, serão as minhas iniciais rabiscadas nas faces internas das portas dos banheiros públicos...sempre a meia altura.

Pensando bem, melhor fazer Espanhol.

DELICIOSAMENTE INCORRETAS

Bechara que me desculpe, aliás já o fez inúmeras vezes e ainda o fará por tantas outras, mas existem umas palavrinhas que têm de ser DITAS da forma errada. Não que eu esteja credenciado a emitir pareceres sobre a Língua Portuguesa, logo eu que fiquei em recuperação em portuga, por duas vezes, na Escola Municipal Irineu Marinho.
Coisinhas do tipo "OBSOLETO" (É) ditas da forma correta soam estranho e, dependendo da platéia, soam como ignorância do palestrante.
Mas a minha preferida é 'MENDIGO'!. Não dá ...mendigo parece título de nobreza tamanha a fidalguia das sílabas combinadas. Parece 'BENEMÉRITO", " HONORÁVEL; chego a imaginar o mestre-de-cerimônia anunciar: "Agradecemos a ilustre presença do Exmo. Sr Mendigo de Andrada e Silva, Marquês de Marquise..."
Bom mesmo é falar "MINDINGO"...ahhhhhhh, esta soa bem; esta sim traz à mente de quem ouve aquela figura maltrapilha, a sujeira, os desprezos e os sofrimentos acumulados, os vícios e os fracassos, os malogros, as fraquezas e as portas fechadas ao longo de uma vida.
Pura doideira de um careta, mas Blog é para isso mesmo...decolei!

CICLO COMPLETO

Agora sim! Até então estava me sentindo como IURI GAGARIN, em 1961, pensando, pelos 10 segundos mais longos de sua vida , se a VOSTK iria decolar para o primeiro vôo espacial.ZERO! Ufa..decolou. Na sala de controle e comando estavam aquelas duas jovens do INSPIRAÇÃO.Recebi o aval e até elogios, mas vejo que devo ter os pés no chão ( e eu os tenho) pois as opiniões delas são tão fundamentais quanto suspeitas: A primeira, muito elegante que é, com sua classe contemporânea , quase um Dom Quixote de saias ...disse SIM! Tudo com direito a um "SORRISO ATÉ A NUCA".A segunda disse ter gostado muito, elogiou e até me convenceu disso dizendo-se emocionada com a deferência. Tudo bem, mas sou seu chefe, responsável pela escala de serviços e, ainda, tenho que emitir conceitos!Putz, esses votos são realmente muito suspeitos. É meio como ganhar medalha de amigo, elogio de mãe...mas não quero nem saber, estou feliz mesmo. Obrigado e...vamos em frente, o ciclo está completo!

08 agosto, 2007

INSÔNIA

Bendito seja o Telecurso...ontem foi química, hoje, vou saber logo logo.

07 agosto, 2007

INSPIRAÇÃO

Não tenho dúvidas , a inspiração para fazer esta "obra-prima" veio do CASA101. Não pelo nome, mas pela autora. Criatura brilhante que ,em fevereiro de 2006, fez o texto PLANOS. Putz, tocou na ferida..Quem é essa mulher fantástica que escreve fácil sobre o sonho de comprar uma moto (para mim, uma Harley Davidson)?
Passados alguns meses, em dezembro de 2006, no evento de final-de-ano da Harley/RJ, sou apresentado a uma bela jovem, que nem de longe se assemelhava à imagem mental que criei da futura harleyra.
Errei mais uma vez! A minha velha mania de achar que nenhuma pessoa com menos de 30 anos seria capaz de juntar duas ou mais idéias , muito menos terminar uma frase, caiu, despencou da montanha da minha presunção idiota e preconceituosa.
Refeito e amadurecido pelo erro, virei fã e leitor assíduo. Para falar a verdade fã eu já era.
E o Blog? Como escrever algo quando se pode simplesmente aplicar o tempo ( e não gastá-lo) lendo as aulas de bom humor, sabedoria e perspicácia do CASA101, tudo regado por um belo português? É como fazer quadrinhos para competir com o Ziraldo, querer compor para o Nando Reis...não dá. Blog, nem pensar! Outro erro.
Hoje no trabalho, finalzinho do almoço, falando de cavalos e cavaleiros, uma jovem brilhante (agora eu sei que é) ,que está conosco há poucos meses, dá-me outra lição . Divagando sobre a evolução dos novos cavaleiros ela disse que não gostava das provas hípicas, não gostava de competir com outros. Na verdade disse considerar importante superar-se a cada dia, competir consigo mesma! Tão simples, tão lógico que eu não conseguia atinar para aquilo. Falei que iria pensar no assunto e que havia achado brilhante a sua colocação. Passei o dia pensando ...tenho que aplicar aquele ensinamento em alguma coisa...Já sei! Bingo! Vou fazer o Blog....Ora diabos, não sou concorrente de ninguém, sou é fã do 101. Meu email já é casa6, além de tudo será uma homenagem . Aí está . O velhaco rabujento aprendendo com as jovens.
Obrigado , meninas.

Consegui!

Sendo um perfeito analfabeto na nobre arte da informática, após várias tentativas, consigui criar um simplório Blog ...coisa que meu filhote de 7 anos já fez há uns dois anos!